Sua participação pode fazer a diferença na discussão sobre a incorporação de pertuzumabe e trastuzumabe em combinação de dose fixa SC no SUS. As contribuições podem ser enviadas até o dia 05 de agosto, por meio do site da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec).
Clique e participe:
Link para participar da consulta pública nº 43 – Pertuzumabe e trastuzumabe em dose fixa subcutânea para o tratamento metastático de pacientes com câncer de mama HER2-positivo em primeira linha
Link para participar da consulta pública nº 48 – Pertuzumabe e trastuzumabe em combinação de dose fixa subcutânea para tratamento neoadjuvante de pacientes com câncer de mama HER2-positivo
→ Saiba um pouco mais sobre o câncer de mama HER-2 positivo metastático ou neoadjuvante
O câncer de mama (CM) metastático é definido como a presença de doença que acomete outros sítios além da mama, da parede torácica e das cadeias regionais homolaterais de drenagem linfática. O termo neoadjuvante se refere ao tratamento para CM em estágios iniciais II a III (não metastáticos), que inclui cirurgia e radioterapia, associadas à quimioterapia ou outras terapias medicamentosas pré-cirúrgicas (terapia neoadjuvante).1,2 O tratamento neoadjuvante oferece aos profissionais de saúde a oportunidade da avaliação precoce da resposta clínica e patológica ao tratamento.3
A superexpressão ou amplificação do fator de crescimento epidérmico humano 2 (HER-2) que ocorre em parte das neoplasias malignas da mama aumenta a agressividade do tumor.4,5
→ Qual o tratamento preconizado nas diretrizes clínicas para o câncer de mama?
O tratamento recomendado para o CM HER2-positivo metastático em primeira linha no SUS consiste na utilização de trastuzumabe e/ou pertuzumabe (administrados por via intravenosa – IV), associados à terapia com taxanos nos primeiros 6 ciclos, e depois segue com a terapia alvo sem necessidade de associação com quimioterapia.6,7 Já o tratamento neoadjuvante, a opção no SUS para a indicação de interesse é o trastuzumabe IV, associado ao a quimioterapia com taxano.2
→ Quais os benefícios da nova tecnologia avaliada?
A terapia neoadjuvante para o CM tornou-se o tratamento padrão, pois proporciona a oportunidade de avaliar e quantificar a resposta na peça cirúrgica. A associação de quimioterapia ao duplo bloqueio da via HER-2 com trastuzumabe e pertuzumabe levou a maiores taxas de resposta patológica completa (RPC), aumento em torno de 20%, ou seja, o dobro da resposta. Hoje as evidências mostram que pacientes que apresentam RPC apresentam ganho em relação à Sobrevida livre de doença (SLD) e Sobrevida Global (SG).8,9
A combinação fixa dos imunobiológicos pertuzumabe e trastuzumabe por via SC possui eficácia comparável ao tratamento IV em termos de RPC. Foi identificada uma preferência de 85% dos pacientes pela administração SC em estudo incluído na análise da Conitec. Os motivos relacionados à preferência foram o menor tempo para uso do medicamento e o maior conforto durante durante a administração, além de outros mencionados.10
As consultas públicas são um mecanismo de participação social, de caráter consultivo e aberto a qualquer interessado sobre o tema.
→ Participe! A sua contribuição pode fazer a diferença no tratamento do Câncer de Mama no SUS!
Referências:
- O’Shaughnessy J, Sousa S, Cruz J, Fallowfield L, Auvinen P, Pulido C, Cvetanovic A, Wilks S, Ribeiro L, Burotto M, Klingbiel D, Messeri D, Alexandrou A, Trask P, Fredriksson J, Machackova Z, Stamatovic L; PHranceSCa study group. Preference for the fixed-dose combination of pertuzumab and trastuzumab for subcutaneous injection in patients with HER2-positive early breast cancer (PHranceSCa): A randomised, open-label phase II study. Eur J Cancer. 2021 Jul;152:223-232. doi: 10.1016/j.ejca.2021.03.047. Epub 2021 Jun 16. PMID: 34147014.
2. CONITEC. Consulta Pública Conitec/SECTICS nº 43/2024 – Pertuzumabe e trastuzumabe em dose fixa subcutânea para o tratamento metastático de pacientes com câncer de mama HER2-positivo em primeira linha. Disponível em: https://www.gov.br/participamaisbrasil/consulta-publica-conitec-sectics-n-43-2024-pertuzumabe. Acesso em: 13 de julho de 2024.
3. CONITEC. Consulta Pública Conitec/SECTICS nº 48/2024 – Pertuzumabe e trastuzumabe em combinação de dose fixa subcutânea para tratamento neoadjuvante de pacientes com câncer de mama HER2-positivo. Disponível em: https://www.gov.br/participamaisbrasil/consulta-publica-conitec-sectics-n-48-2024-pertuzumabe-e-trastuzumabe. Acesso em: 13 de julho de 2024.
4. Gralow JR, Burstein HJ, Wood W, et al. Preoperative therapy in invasive breast cancer: pathologic assessment and systemic therapy issues in operable disease. J Clin Oncol. 2008;26(5):814-9; 2. Teshome M, Hunt KK. Neoadjuvant therapy in the treatment of breast cancer. Surg Oncol Clin N Am. 2014;23(3):505-23; 3. Zhao J, Xu L, Sun J, et al. Global trends in incidence, death, burden and risk factors of early-onset cancer from 1990 to 2019. BMJ Oncol. 2023;2(1):e000049; 4. Gradishar WJ, Moran MS, Abraham J, et al. Breast Cancer, Version 3.2022, NCCN Clinical Practice Guidelines in Oncology. J Natl Compr Canc Netw. 2022;20(6):691-722.
5. Parakh S, Gan HK, Parslow AC, Burvenich IJG, Burgess AW, Scott AM. Evolution of anti-HER2 therapies for cancer treatment. Cancer Treat Rev. 2017 Sep;59:1-21. doi: 10.1016/j.ctrv.2017.06.005. Epub 2017 Jul 6. PMID: 28715775.
6. Burstein HJ. The distinctive nature of HER2-positive breast cancers. N Engl J Med. 2005 Oct 20;353(16):1652-4. doi: 10.1056/NEJMp058197. PMID: 16236735.
7. Brasil. Ministério da Saúde. Trastuzumabe para o tratamento do câncer de mama HER2-positivo metastático em primeira linha de tratamento. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/relatorios/2017/relatorio_trastuzumabe_ca-mama_metastatico_final.pdf/view. Acesso em: 13 de julho de 2024.
8. Brasil. Ministério da Saúde. Pertuzumabe para o tratamento do câncer de mama HER2-positivo metastático em primeira linha de tratamento associado ao trastuzumabe e docetaxel. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/relatorios/2017/relatorio_pertuzumabetrastuzumabe_ca_mama.pdf. Acesso em: 13 de julho de 2024.
9. Bossuyt V, Spring L. Pathologic evaluation of response to neoadjuvant therapy drives treatment changes and improves long-term outcomes for breast cancer patients. Breast J. 2020 Jun;26(6):1189-1198. doi: 10.1111/tbj.13864. Epub 2020 May 29. PMID: 32468652.
10. Cortazar P, Zhang L, Untch M, Mehta K, Costantino JP, Wolmark N, Bonnefoi H, Cameron D, Gianni L, Valagussa P, Swain SM, Prowell T, Loibl S, Wickerham DL, Bogaerts J, Baselga J, Perou C, Blumenthal G, Blohmer J, Mamounas EP, Bergh J, Semiglazov V, Justice R, Eidtmann H, Paik S, Piccart M, Sridhara R, Fasching PA, Slaets L, Tang S, Gerber B, Geyer CE Jr, Pazdur R, Ditsch N, Rastogi P, Eiermann W, von Minckwitz G. Pathological complete response and long-term clinical benefit in breast cancer: the CTNeoBC pooled analysis. Lancet. 2014 Jul 12;384(9938):164-72. doi: 10.1016/S0140-6736(13)62422-8. Epub 2014 Feb 14. Erratum in: Lancet. 2019 Mar 9;393(10175):986. doi: 10.1016/S0140-6736(18)32772-7. PMID: 24529560.