A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) recomendou a incorporação no SUS de uma nova opção de tratamento para pacientes com câncer de pulmão não pequenas células em estágio avançado.
A decisão ocorreu na Reunião Ordinária, no dia nove de novembro de 2022. De acordo com a avaliação da comissão, o medicamento Crizotinibe passaria ser opção de tratamento para pacientes com CPNPC. Esses pacientes não respondem a outros tratamentos pois possuem um tipo de gene que provoca mutações genéticas específicas, gerando uma produção descontrolada de células doentes.
O câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) é caracterizado pela mutação e crescimento desordenado das células epiteliais. O câncer de pulmão (CP) é um dos cânceres mais prevalentes (em homens e mulheres) e que apresenta a maior taxa de mortalidade entre todos os tipos de cânceres (exceto câncer de pele não melanoma).
De acordo com a literatura, 85% dos casos são do tipo câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) e, desses, aproximadamente, 3%
apresentam a translocação ALK+, esta entidade clínica é responsiva ao tratamento direcionado ao evento molecular indutor deste câncer. Nos casos de pacientes com CPNPC, a Diretriz Diagnóstica e Terapêutica (DDT) publicada em 2014 pelo MS, recomenda o tratamento com radioterapia associada ou não com quimioterapia ou cirurgia. O crizotinibe, um
antineoplásico da classe dos inibidores de tirosina quinase de administração oral, está indicado para o tratamento do CPNPC avançado ALK+. Este tipo de câncer é geralmente detectado em estágios mais avançados, visto que não são observados sintomas nos estágios iniciais.
O Crizotinibe inibe o crescimento de tumor que apresenta alterações moleculares no receptor de tirosina quinase ALK. Do ponto de vista de segurança, foram observados as seguintes reações adversas com maior gravidade: hepatoxicidade, DPI/pneumonite e prolongamento de intervalo QT. As reações adversas mais comuns foram distúrbio visual, náusea, diarreia, vômito, edema, constipação, transaminases elevadas, fadiga, diminuição do apetite, tontura e neuropatia. Nos estudos avaliados pela comissão, em 18% dos pacientes o medicamente foi descontinuidade permanentemente devido a ocorrência de reações adversas.
Agências internacionais de Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) como, Therapeutic Goods Administration (TGA), National Institute for Health and Care Excellence (NICE), Canadian Agency for Drugs and Technologies in Health (CADTH) e Haute Autorité de Santé (HAS) recomendam o Crizotinibe no tratamento de pacientes com CPNPC metastático/avançado ALK+.
O tratamento para câncer de pulmão no âmbito do SUS, no Brasil, é definido pelas Diretrizes Diagnósticas Terapêuticas (DDT). A DDT do Ministério da Saúde para o câncer de pulmão será atualizada para contemplar a indicação do Crizotinibe.
Fontes:
Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde – CONITEC
Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas em Oncologia